quinta-feira, 11 de novembro de 2010

RAZÃO X EMOÇÃO - COMO ENTENDER E DESCOMPLICAR!

Se a razão é um atributo divino ao homem, a emoção também. Sentir é uma das características que nos faz imagem e semelhança de Deus. Entretanto, coube a Deus estabelecer uma dialética entre estes valores, razão x emoção, na perspectiva de um equilíbrio perfeito. Vale aqui o raciocínio: Tese e Antítese, mas na possibilidade da Síntese.

Viver unicamente à luz da razão significa reduzir os fenômenos da vida, porque nem tudo pode ser compreendido, ou mensurado pelos instrumentos da razão, como os valores da transcendência, por exemplo. Por outro lado, estabelecer as emoções como suporte, é extremamente perigoso, porque as emoções decorrem de um conjunto de circunstâncias e momentos, que podem ser miragem e daí os equívocos. É verdade que pensamos muitas coisas, e também sentimos muitas outras. O equívoco pode se estabelecer tanto de um lado quanto do outro.

Emoção não reflete em pensamento, reflete em sentimento. Quando algo nos desagrada, nós sentimos alguma espécie de incômodo físico ou psicológico, pode ser uma dor no estômago, ou uma tristeza, ou até raiva etc.

Esse sentimento, com origem na emoção, faz a nossa mente pensar em uma solução do problema, aí entra a razão.

A razão faz com que se escolha a melhor maneira de resolver o problema, ou seja, de fazer cessar o sentimento ruim que estamos passando.

Durante esse processo de escolha racional, pensamos naquilo que podemos fazer e quais serão as consequências, e para cada "imagem mental que criamos" sentimos algo diferente, pois, para cada pensamento existirá uma emoção correspondente. Então, se eu penso racionalmente numa solução e esta é boa, sinto-me confortado, aliviado, pois, minha emoção aprovou a solução pensada. Ao contrário, se a solução pensada por mim é ruim, sinto-me, imediatamente, ruim também, pois, a emoção não aprovou tal solução.

Assim, em uma conclusão bem rápida e simplória, não há como se falar em Razão X Emoção. Pois, as duas trabalham juntas.

A Palavra de Deus, para os que O amam e O obedecem, é a arbitragem absoluta nesta compatibilização, ou, melhor falando, na tomada de decisão. A Palavra é a verdade: "Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade." (Jo.17.17) Os que sinceramente querem a verdade, a Palavra de Deus  é o árbitro. Neste nível, não importa o que sentimos ou pensamos, mas sim o que a Palavra diz. Não podemos sob hipótese alguma, tentar julgar a Palavra pelos nossos sentimentos ou modelos racionais, antes, ao contrário, julgar nossos sentimentos ou modelos racionais pela Palavra de Deus. Algumas pessoas, em meio aos seus conflitos, afirmam: "Eu tenho certeza que foi Deus, porque eu senti!" A questão, portanto, não é o que foi sentido, mas, se os fatos que transcorreram na experiência têm apoio bíblico, independentemente do que foi sentido, considerando que a Palavra de Deus tem o veredito final.

Para Deus, as Suas experiências para nós têm que estar no Seu LUGAR, no seu TEMPO e ser do Seu MODO. Muitas vezes, estamos vivendo uma experiência no LUGAR que Deus quer, no TEMPO que Deus quer, mas não do MODO como Deus quer. Veja o que ocorreu com Moisés: "Mas o SENHOR disse a Moisés e a Arão: Visto que não crestes em mim, para me santificardes diante dos filhos de Israel, por isso, não fareis entrar este povo na terra que lhe dei." (Nm. 20.12). Isto ocorreu porque Moisés fez a coisa no LUGAR que Deus queria, no TEMPO que Deus determinou, mas não no MODO de Deus, isto é, ao invés de ordenar à rocha para que jorrasse a água, Ele feriu a rocha. Ocorre também que estamos vivendo experiências do MODO que Deus quer, no TEMPO que Deus quer, mas não no LUGAR que Deus quer! Foi o caso do profeta Elias: “Disse-lhe o SENHOR: Vai, volta ao teu caminho para o deserto de Damasco e, em chegando lá, unge a Hazael rei sobre a Síria.” (1 Rs.19.15). Elias não estava no LUGAR que Deus queria !

Um fato que me chama atenção, de uma forma especial, foi a experiência de Davi e o profeta Natã, ambos no MODO de Deus, no LUGAR de Deus, mas não no TEMPO de Deus. Ou seja, Davi SENTIU que deveria edificar uma casa ao Senhor, veja: “Sucedeu que, habitando o rei Davi em sua própria casa, tendo-lhe o SENHOR dado descanso de todos os seus inimigos em redor, disse o rei ao profeta Natã: Olha, eu moro em casa de cedros, e a arca de Deus se acha numa tenda. Disse Natã ao rei: Vai, faze tudo quanto está no teu coração, porque o SENHOR é contigo.” (II Sm. 7:1-3) 

Eu, particularmente, acho que este sentimento de Davi foi sublime, isto é, sentiu em seu coração o desejo de construir uma casa ao Senhor! Haveria algo mais espiritual do que isto? Qual de nós colocaria barreiras para alguém que sentisse tal desejo? Qual de nós teria a coragem de dizer a esta pessoa que o que estava sentido não provinha de Deus? Note que quem dera respaldo ao sentimento de Davi, fora o profeta Natã, portador de um respeitado ministério entre o povo, sem dúvida um profeta, que, mais tarde iria confrontar Davi em seu pecado (II Sm. 12:1-15). Natã, que foi o maior responsável para que a vontade de Deus se estabelecesse na escolha do substituto de Davi ao trono, Salomão (I Rs. 1:5-31). Entretanto, tanto Davi quanto Natã estavam equivocados. Seus sentimentos eram legítimos, mas não traduzia a VONTADE DE DEUS! Deus convoca Natã e dita um discurso para Davi, mas fora taxativo: “Quando teus dias se cumprirem e descansares com teus pais, então, farei levantar depois de ti o teu descendente, que procederá de ti, e estabelecerei o seu reino. Este edificará uma casa ao meu nome, e eu estabelecerei para sempre o trono do seu reino”. (II Sm.7:12-13).

Portanto, nossos sentimentos devem ser balizados pela Palavra de Deus, e não ao contrário, porque é extremamente perigoso. Deus nos convida a caminhar com Ele segundo as razões da Palavra. A Palavra deve ser nosso guia, nosso árbitro, nosso ponto de partida, nosso ponto de chegada, nosso ponto de discernimento, nosso referencial absoluto. Não importa quem diga e o que diga, se não falar segundo a Palavra, seja anátema: "À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva." (Is. 8.20). O próprio rei Davi, o homem segundo o coração de Deus, desobedecendo ao que a Palavra determinava, deixou-se ser sugerido por Satanás e levou a nação uma dura experiência: "Então, Satanás se levantou contra Israel e incitou a Davi a levantar o censo de Israel." (I Cr.21.1). E olha que Ele ainda fora advertido pelo seu Capitão de Exército, Joabe: "Então, disse Joabe: Multiplique o SENHOR, teu Deus, a este povo cem vezes mais; porventura, ó rei, meu senhor, não são todos servos de meu senhor? Por que requer isso o meu senhor? Por que trazer, assim, culpa sobre Israel?” (1Cr. 21.3)
O que comanda é a mente. Em (Romanos 12:2) o Apóstolo Paulo nos convida a ter uma mente renovada e não nos conformar com nada daquilo, que esse mundo nos trouxe de negativo. Seja a informação; seja cenas traumáticas; seja palavras; não importa o que você viveu no passado.

Esse verso nos convida a viver uma nova experiência de vida e a vencer os distúrbios e desequilíbrios e ter um novo prazer pela vida. Precisamos ser curados dos nossos traumas interiores que nos leva a esses conflitos. Somente a Palavra de Deus, e o Poder do Espírito Santo para nos ajudar a viver uma nova vida em Cristo.

Como já escrevi anteriormente, não há como se falar em Razão X Emoção. Pois, as duas trabalham juntas, e isso me faz refletir que a diferença está no que a Bíblia diz. Conhecê-la é fazer sempre o que é correto, mesmo que não seja parte de nosso plano humano, sabendo que qualquer que seja a decisão direcionada pela Palavra ela afetará minha vida emocional de uma forma que eu esperava e havia planejado ou não. Deus te ilumine para fazer sempre o que a Ele agrada.

Pr. Renato Campos
Igreja Batista Litoral Ágape

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