segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Feliz Ano Novo... com Cristo!

Impressionante como muitas pessoas passam a vida toda procurando por algo que muitas vezes nem sabem ao certo o que é. O interessante é que quando parecem estar perto de alcançar seus objetivos, eles deixam de ser o alvo de seu querer imediato. Acho que confirmam todos os dias a máxima de que quanto mais se tem mais se quer....

Sinceramente não sei... Deve ser inerente ao ser humano essa constante busca de algo que o preencha. Geralmente ao término de cada ano nos encontramos fazendo o balanço dos anos anteriores, o que conquistamos, o que foi bom por algum motivo, o que não serviu pra nada... Às vezes temos essa falsa impressão de que vivenciamos coisas que não nos foram úteis, mas tudo o que vivenciamos nos serve de aprendizado para situações vindouras, não que não venhamos a cometer os mesmos erros, mas pelo menos sairemos deles com menos feridas. A cada novo começo de ano fazemos promessas íntimas de transformações que quase sempre não passam mesmo de promessas que vamos adiando até o próximo ano, se é que o teremos...

Devemos aprender que procurar por qualquer coisa maior do que possamos ter só nos causa dor e angústia; Devemos conviver com o possível, com o que Deus reservou para nós e sermos felizes assim. Que neste ano que se inicia tenhamos maior consciência de nossos atos e atitudes sabendo exatamente o resultado que cada um deles virá a acarretar... Que a desventura alheia não venha a ser nossa ventura...

Só depende de cada um de nós fazer um mundo diferente, com mais harmonia, paz e igualdade... Feliz 2008!

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Vivendo além do Bem e do Mal

"Quem são os certos?”
Vivendo além do Bem e do Mal
Mateus 11:25-30

Observações do texto:
Jesus dá graças a Deus, porque Deus achou bom esconder coisas dos “sábios” e “cultos”.
Quem são os sábios e os cultos?
São as pessoas que se acharam capazes de viver bem com o que conseguiam tirar da sua própria experiência de vida.

Jesus dá graças a Deus, porque ele achou bom revelar coisas aos “pequeninos”. Quem são os pequeninos? Aqueles que sabem que não sabem, e não vão viver se não receberem.

Jesus explica porque a decisão de Deus é boa. É porque Deus achou bom.

Jesus revela que ninguém encontra Deus porque é sábio e culto. Somente aqueles que recebem o que Deus oferece, acham e conhecem a Deus.

Vivendo antes do Bem e do Mal

Antes da queda do homem no jardim do Éden, o bem e o mal não era assunto do dia a dia da humanidade. O assunto do dia era o que Deus achou bom – a intenção de Deus.
A mente de Adão e Eva não estava complicada com o bem e o mal. A mente deles estava ocupada com as intenções de Deus e como realizá-las cada dia. Adão e Eva viviam antes do bem e do mal. Adão e Eva viviam exclusivamente das boas intenções de Deus.

Vivendo durante o bem e o mal
Vivendo das boas intenções do homem

Quando a humanidade representada em Adão e Eva abandonou a intenção de Deus como a maneira de pautar a sua vida, somente sobrou o parâmetro do bem e do mal.
O resultado desta nova realidade do bem e do mal foi o cansaço e a morte.
O stress de tentar fazer o bem e combater o mal cansa e eventualmente mata.
6000 anos da historia humana comprovam que não há solução no mundo para o problema do bem e do mal.
Viver depois do bem e do mal criou um sistema que cansa e mata.
Raciocinar
Resistir
Reagir
Os cultos e sábios são aqueles que, comparados com os outros, melhor fazem isto.
Mas, Deus não aceita esse modo de viver.

Vivendo além do bem e do mal

É viver no reino de Deus por meio das boas intenções de Deus em Jesus. Por isso, Ele nos convida neste texto: Vem.

Jesus nos levará a viver além do bem e do mal.
Lucas 14:27

“E aquele que não carrega a sua cruz e não me segue não pode ser o meu discípulo”.
Jesus viveu além do bem e do mal
João 3:16-21

Jesus se alimentou da vida, além do bem e do mal.
João 4:34

Jesus reconheceu como família aqueles que viviam além do bem e do mal.
Mateus 12:50

Jesus constantemente levou as pessoas para além do bem e do mal.
Sermão da montanha
Perdão
Serviço
Ramos
A cruz

Jesus quer tirar o cansaço do bem e do mal e colocar no seu lugar, a sua vida.
Ele quer:
Receber no lugar de Raciocinar
Regozijar no lugar de Resistir
Compartilhar no lugar de Reagir

Vivendo depois do bem e do mal

Nos céus todos nós viveremos eternamente além do bem e do mal E agora?

HOJE EU APRENDI...

EU APRENDI ......

que eu não posso exigir o amor de ninguém. Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim e ter paciência para que a vida faça o resto;... que não importa o quanto certas coisas são importantes para mim, tem gente que não dá a mínima e jamais conseguirei convencê-las;... que posso passar anos construindo uma verdade e destruí-la em apenas alguns segundos.

EU APRENDI ......

que posso usar meu charme por apenas 15 minutos; depois disso, preciso saber do que estou falando;... que posso fazer algo em um minuto e ter que responder por isso o resto da vida;... que, por mais que você corte um pão em fatias, esse pão continua tendo duas faces, e o mesmo vale para tudo o que cortamos de nosso caminho.

EU APRENDI ......

que vai demorar muito para me transformar na pessoa que quero ser, e devo ter paciência;... que posso ir além dos limites que eu próprio me coloquei;... que eu preciso escolher entre controlar meu pensamento ou ser controlado por ele.

EU APRENDI ......

que os heróis são pessoas que fazem o que acham que devem fazer naquele momento, independentemente do medo que sentem;... que perdoar exige muita prática;... que há muita gente que gosta de mim, mas que não consegue expressar isso.

EU APRENDI ......

que, nos momentos mais difíceis, a ajuda veio justamente daquela pessoa que eu achava que iria tentar piorar minha vida; que eu posso ficar furioso, tenho o direito de me irritar, mas não tenho o direito de ser cruel;... que jamais posso dizer a uma criança que seus sonhos sãoimpossíveis.Será uma tragédia para o mundo se eu conseguir convencê-la disso.

EU APRENDI ......

que meu melhor amigo vai me machucar de vez em quando, e eu tenho que me acostumar com isso;...que não é o bastante ser perdoado pelos outros; eu preciso me perdoar primeiro;... que, não importa o quanto meu coração esteja sofrendo, o mundo não vai parar por causa disso.

EU APRENDI ......

que as circunstâncias de minha infância são responsáveis pelo que eu sou, mas não pelas escolhas que eu fiz quando adulto;... que, numa briga, eu preciso escolher de que lado estou, mesmo quando não quero me envolver;... que, quando duas pessoas discutem, não significa que elas se odeiem.E quando duas pessoas não discutem, não significa que elas se amem.

EU APRENDI ......

que a palavra "amor" perde o seu sentido, quando usada sem critério;... que certas pessoas vão embora de qualquer maneira;... que é difícil traçar uma linha entre ser gentil, não ferir as pessoas, e saber lutar pelas coisas que eu acredito.Se aprendessemos algumas coisas, tudo seria mais fácil...certas coisas realmente eu já aprendi...outras...ainda não...

Culto de Gratidão - Natal

CONVITE

Gostaria de convidar a todos a participarem da Cantata de Natal das crianças do Projeto Batista Camurupim, que será realizada no dia 23 de Dezembro.

Local: Em Frente a Igreja Batista Litoral Ágape
Rua Raimundo Nonato Alexandre 1005, Camurupim - Caucaia
Fone de Contato: (85) 9146-2121
Horário: 18h00

Será a primeira vez que as 154 crianças do Projeto Batista Camurupim celebram o natal na igreja... esse é o verdadeiro sentido: gratidão à Deus!

PARTICIPEM...

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

O Verdadeiro Natal!

Foi para salvar o mundo que Jesus veio!
E é por isto que o Natal, o verdadeiro Natal, é uma festa do mundo inteiro.

Quando Jesus nasceu em Belém da Judéia, Maria sabia já que aquela criança seria única e excepcional. Tinha sido prevenida de tal: "Este será grande e será chamado filho do Altíssimo; o Senhor Deus lhe dará o trono de David seu pai" (Luc. 1:32).

Todos os acontecimentos, algo estranhos, à volta do nascimento do seu filho, em nada a espantaram, desde o seu nascimento na estrebaria da cidade repleta por causa do recenseamento, passando pelo súbito aparecimento dos pastores que vieram para adorar o menino, testemunhando que anjos que lhes haviam anunciado o acontecimento, que também tinham cantado nos céus, nem tão pouco se surpreendeu com a visita dos magos, que soube guiados por uma estrela desde o longínquo oriente.Nada disto lhe causou admiração porque, o mais estranho, mais maravilhoso e sobrenatural, já acontecera: - sem marido, sem que tivesse tido uma relação sexual, ficara grávida, exatamente como o anjo predissera. Se isto lhe tinha acontecido, tudo o que acontecesse depois, por mais estranho que parecesse, jamais lhe causaria espanto, antes serviria apenas para guardar e conferir em seu coração!

Mas o fato deste menino ter nascido de modo fora do comum, não o isenta da sua humanidade. Não o torna um semi-deus, ou uma figura fantástica ou fictícia. Não é o filho de Deus e de Maria, mas é unicamente o Filho de Deus, encarnado no ventre de Maria!

Não me peçam para explicar melhor, pois só entendo este milagre através da fé, mas certo é que Jesus Cristo foi "nascido de mulher e nascido sob a Lei" (GI 4:4). Era portador de uma vocação espiritual, executor consciente de um plano de salvação, mas era ao mesmo tempo homem sujeito às mesmas emoções, e padecimentos que nós, "Pelo que convinha que em tudo fosse feito semelhante a seus irmãos, para se tornar um sumo sacerdote misericordioso e fiel nas coisas concernentes a Deus, a fim de fazer propiciação pelos pecados do povo." (Heb. 2:17), apenas com a exceção de que Ele seria "sem pecado" (Heb.4:14).

Seu nome começa por ser a revelação do caráter da sua missão. Seu nome, interpretado do hebraico, significa "Jeová salva" e na realidade foi esta referência que o anjo fez acerca de Jesus, quando o anunciava a José: "ela dará à luz um filho, a quem chamarás JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados." (Mat. 1:21)

Pergunta-se: "que povo veio Ele salvar?" Muito embora os seus discípulos e o povo em geral alimentassem a esperança de que vinha restaurar o reino de David, Jesus nunca declarou publicamente essa intenção. João explica isso no versículo de ouro do Evangelho que escreve: "Deus amou o mundo de tal maneira"Foi para salvar o mundo que Jesus veio! E é por isto que o Natal, o verdadeiro Natal, é uma festa do mundo inteiro.

Ainda que seja desvirtuado o seu real significado, sempre haverá alguém que amará celebrar o Natal com verdade e com Jesus Cristo!É com tristeza que percebemos a cada ano o natal se distanciando do seu verdadeiro sentido. Este momento que seria para orações, reflexão, e sobretudo, manifestações de gratidão a Deus transforma-se em um período para o exercício da cobiça, satisfação da concupiscência, tudo isto em um envolto, em um frenesi estressante que culmina em bebedice e gula. Tudo isto centralizado na figura gorda e simpática do Papai Noel. Assim, o evento mais importante que já se passou na terra, a vinda do filho de Deus, fica esquecido em meio ao materialismo e egoísmo humano. Este natal não muda nada, é somente mais um programa para preencher o calendário do ano e satisfazer a fome insaciável do capital pelo lucro. As musiquinhas, o colorido, tudo parece hipnotizar a multidão de pessoas vazias e carentes de sentido e afeto. Levadas a cada ano a comprar, muitas vezes, acabando em um verdadeiro desperdício.

O natal é Jesus. O filho de Deus nascendo em nossos corações. A vida estava nele e esta era a luz dos homens. (Jo 1:4) Ao conhecer Jesus e recebê-lo como Senhor experimentamos a alegria e a paz que nenhum outro natal poderia dar. Ele disse a samaritana: Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede, pelo contrário, a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte que jorra para a vida eterna. (Jo 4:14)

Assim convidamos você a ter um tempo de reflexão para que possa entender e experimentar o verdadeiro natal: Jesus Cristo, o filho de Deus.“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16).

É necessário o Natal: porque este Jesus há quase dois mil anos nascido, merece um lugar e um reconhecimento em cada vida!É importante que aqui seja Natal, em toda esta América. Que seja Natal na África, na velha Europa; que na Ásia seja também Natal, que ainda seja Natal na Oceania e na Antártida.

Que seja Natal nos navios que cruzam todos os oceanos e nos aviões que rasgam os céus!
Que seja Natal! Viva o Natal! Feliz Natal!

Feliz natal com Jesus.

Uma Igreja Velha! Quero uma Igreja Velha!

Esse texto é do Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho. Ele chegou em minha caixa de entrada de e-mail, li, refleti e decidi publicá-lo. Uma bênção...

"Intolerâncias" é o título do artigo de Mauro Santayana, no "Jornal do Brasil", de 12 de outubro de 2006. Começa assim: "Um fiel 'desequilibrado' da Assembléia de Deus apedrejou a imagem de Nossa Senhora, durante a procissão do Círio de Nazaré, em Belém. O 'bispo' da Igreja Universal do Reino de Deus, Sérgio Von Helder, esmurrou e chutou a imagem de Nossa Senhora Aparecida, em programa de televisão visto por milhões de pessoas, faz doze anos hoje - e não era desequilibrado".

Santayana segue: "Há mais ou menos um mês, outro 'desequilibrado' matou, a enxadadas, seus velhos patrões, um casal de japoneses, em chácara de Brasília. De acordo com as testemunhas, o assassino, convertido há alguns meses à mesma Igreja Universal, sentiu-se incumbido, pelo pastor, de 'retirar os demônios' do corpo dos anciãos.

Atemorizados, os patrões o despediram. Matou primeiro a patroa, e depois o patrão, a pedradas e a enxadadas, gritando que o fazia 'em nome do Senhor'. A Polícia fechou a igreja local". Não me direciono, aqui, contra a Universal. Creio serem coincidências os episódios em que ela é citada. A questão é outra.

No passado, éramos chamados de "crentes" e éramos respeitados. Eu tinha 16 anos, trabalhava num escritório, na 7 de Setembro, no Rio. Numa noite, roubaram o cofre da empresa. A polícia veio investigar. Fim do expediente, eu precisava sair porque estudava. Um policial disse: "Deixa o menino ir. Ele é crente e crente não faz isso".

Não era eu, como pessoa. Eram os crentes. Acima de suspeita. Depois viramos "evangélicos". Alguns são "gospel ". Ora, vão para os Estados Unidos! Mas quando éramos respeitados, o caráter era trabalhado em nossas igrejas.

A ênfase mudou. Passou a ser o poder espiritual. Daí para o poder material e político foi um passo, porque não era o quebrantamento espiritual, mas poder espiritual para dominar. Nesta busca de poder, o que nos limitava foi posto de lado, pouco a pouco, a Bíblia. Porque ela estabelece padrões e limites. Foi substituída por uma enxurrada de revelações, de profecias, de era do Espírito, onde líderes nem sempre sensatos fogem ao controle das Escrituras e ditam sua visão pessoal como palavra divina. O senso crítico se esvaiu. De pastor passou-se a bispo. De bispo a primaz. De primaz a apóstolo. De apóstolo a pai apóstolo. Uma megalomania que evidencia desequilíbrio gravíssimo. Como há desequilibrados em nossas igrejas! O evangelho produz saúde, não doença! Quem chama à sanidade espiritual e emocional é frio, ressentido porque o rebanho não cresce.

A ética cedeu à celebração. Vale mais o culto festivo que o culto reflexivo, de análise da vida diante de Deus, de conserto, de afirmação de valores.

O narcisismo é chocante. Pasmei num congresso em que preguei. Um típico programa de auditório: música pauleira e manipulação. A entrada do cantor em palco foi doentia. Luzes apagadas, rufar de instrumentos, luzes sobre ele, de cabeça baixa, até levantá-la em ar triunfal. E a gritaria. Senti-me fisicamente mal. E envergonhado. Não foi isso que aprendi na Bíblia.

A Convenção Batista Brasileira, em excelente documento, pede um Brasil novo, à luz dos gravíssimos casos de corrupção no país. Mas junto com o Brasil novo precisamos clamar por "uma igreja velha". Uma igreja velha, sim.

Uma igreja antiga. Uma igreja em que a Bíblia seja pregada, em que a crença no poder do Espírito para fazer a obra crescer nos leve a prescindir de atos desonestos, de manipulações e de extorsão na contribuição.

Uma igreja velha em que evangelizemos, e não agridamos. Em que aceitemos o crescimento dado pelo Espírito, e não o de "marketing". Uma igreja velha, onde caráter seja mais importante que os nomes de figurões usados para adornar a igreja.

Uma igreja velha em que o evangelho não ceda lugar à convivência amiga, sem contestações e sem exigências, "porque precisamos atrair as pessoas". Uma igreja velha que pregue Jesus e não política.

E que não chame de "alienados" os que pregam que "Jesus salva" e que só Jesus pode mudar o mundo. Que minha igreja, que aprendi a amar, seja uma igreja velha. Cheia de "crentes" e não de "gospéis" (céus!).

Se ela não quiser, este pastor maduro, que se sente "velho", terá que buscar uma "igreja velha". E está cada vez mais difícil achar crentes "velhos" e "igrejas velhas"!

Esta amarrado em nome de quem?

Tenho ouvido e lido muito a frase "Está amarrado em nome de Jesus!". E me indago: "De onde saiu esta idéia?".

Cada vez mais as pessoas ouvem conceitos e os repetem sem análise. Um seminarista não batista me convidou para ir em sua igreja falar sobre pregação, numa noite. Lá fui.
Discutiram depois sobre o aniversário da sua cidade e decidiram pedir ao Prefeito uma oportunidade para os evangélicos na ocasião. Solicitariam que todo o trânsito fosse parado, cessada toda a movimentação, e fariam uma oração, amarrando Satanás naquela cidade e declarando-a possessão do Senhor Jesus. Afinal, a palavra tem poder e a vitória devia ser declarada. Foi um alarido de concordância geral. Como visitante, timidamente, fiz uma pergunta a um deles: "Depois que vocês declararem Satanás amarrado nesta cidade e a declararem como sendo do Senhor Jesus, isso acontecerá realmente?". "Sim!", respondeu-me ele, titubeando. "Não haverá mais crimes, nem roubos, nem prostituição, nem drogas na cidade? Vocês podem afirmar isso?", retornei. Foi constrangedor. Como não podia afirmar, o colega preferiu me achar incrédulo e pensar que tinham feito um mau negócio convidando um seminarista batista tradicional. Foi uma saída melhor do que pensar. Aliás, pensar é problemático. Repetir frases da moda é bem melhor.

Amarra-se Satanás com uma frase? Quem disse isto? Qual a base bíblica para esta declaração tão revolucionária? Porque, se verdadeira for esta interpretação, podemos amarrá-lo para sempre! Adeus, penitenciárias, crimes, pecados! Traremos o céu para a terra com uma simples declaração! Nem o próprio Jesus fez isso!

Tal idéia deve vir de Mateus 12.29 e Marcos 3.27 (deixo de lado Apocalipse 20.2 cuja análise não cabe aqui). Os dois textos tratam do mesmo evento. Lucas 11.17-23 também narra o episódio, mas omite a declaração de Mateus e Marcos: "amarrar o valente". Convenhamos: a base é muito precária para estabelecer uma doutrina e uma prática tão revolucionárias.

Jesus havia feito uma série de curas, conforme Marcos. A que mais impressiona Mateus é a do endemoninhado cego e mudo. Era o cúmulo da desgraça: não ver e não falar, além de ter demônios. Jesus o curou. Atônitos, sem ter o que dizer, os fariseus o acusaram de agir por Belzebu, divindade cananéia, cujo nome significa "Baal, o príncipe". Esta definição do nome Belzebu fica bem clara em Marcos 3.22. Para os fariseus, Jesus não estava agindo nem mesmo por um demônio conhecido, mas por divindades estrangeiras.

A resposta de Jesus, como sempre, é admirável. Se ele estivesse mancomunado com Satanás ou Belzebu (uma "divindade" pagã, para ele, é demoníaca) seria um caso de guerra civil. Satanás estaría contra Satanás. Seria uma casa dividida e uma casa dividida não subsiste. Mas ele veio pelo Espírito de Deus e com ele irrompeu o reino de Deus (Mateus 12.28). Jesus entrou num mundo dominado pelo maligno (1 João 5.19) e estabeleceu seu reino. Ele veio para libertar os oprimidos do Diabo (Atos 10.38) e destruir as obras de Satanás (1 João 3.8). Veio ao terreno dominado pelo inimigo, adentrou seus domínios e abalou seu poder. Isso é como entrar na casa do valente, amarrá-lo e tomar seus bens.

Para alguns comentaristas, os bens são as pessoas dominadas por ele. Talvez os detalhes da declaração de Jesus não sejam relevantes. Parece-me haver aqui uma metáfora de um só sentido, em que as particularidades não contam. O que importa é isto: há um homem forte que tem bens. É Satanás. Um mais forte que ele, Jesus, invade seus domínios e o vence. A vitória de Jesus no deserto (Mateus 4.1-10) mostra sua superioridade sobre Satanás.

É aqui que surge a expressão "amarrar o valente" (Mateus 12.29 e Marcos 3.27). Jesus fez isso. Ele limitou o poder de Satanás. Mas atenção: em lugar algum a Bíblia diz que os crentes amarram Satanás. Isso foi obra de Jesus ao irromper na história com seu reino, abalando o poder do inimigo. Crentes não amarram Satanás. A Bíblia não traz um versículo sequer dizendo que com uma simples declaração conseguimos esta proeza. É muito simplismo e pretensão de algumas pessoas presumirem que suas palavras amarram Satanás.

Levanto algumas considerações para pensarem:
1ª - Por que o amarram em cada culto? Ou fica amarrado para sempre ou alguém o solta! Quem o solta depois que ele é amarrado?
2ª - Se ele está amarrado, quem está agindo? É impossível deixar de reconhecer que ele está solto, agindo neste mundo.
3ª - Jesus estava sendo literal? Devemos tomar a expressão como algo literal e dar-lhe um sentido universal, aplicável a todos os crentes, num sentido que Jesus não deu? Ou estava usando uma linguagem em figura para dizer que não tinha ligação alguma com Satanás, que eram adversários e que ele tinha vindo para destruir o Maligno? O próprio Jesus, que veio para amarrá-lo, foi tentado por ele (Mateus 4.1-10 e 16.23). Paulo nos adverte que é contra ele e seus demônios que temos que lutar (Efésios 6.12). E nos aconselha a nos aparelharmos para a luta (Efésios 6.13-18). O quadro é de luta e não deste simplismo de deixar o inimigo amarrado com uma palavra.
4ª - Qual a base bíblica para esta afirmação? É isto que não consigo entender: como práticas que resvalam para doutrina são estabelecidas em nosso meio, apenas com tintura bíblica, mas sem embasamento? Afinal, Paulo nos aconselha a lutarmos contra ele, em vez de amarrá-lo. Tiago 4.8 e 1 Pedro 5.9 nos aconselham a resistirmos ao Diabo, em vez de amarrá-lo. Por que a Bíblia não deixa bem claro, se é possível isso, que o amarremos com uma frase de efeito?
5ª - Não será uma estratégia do próprio inimigo disseminar em nosso meio a idéia de sua fraqueza e que é fácil vencê-lo? Não será seu interesse que os crentes pensem que uma frase feita o impeça de agir e assim nos descuidemos de nossa vigilância?
Sugeri certa vez, que durante alguns meses estudássemos sobre o Espírito Santo na IBLA. A terceira pessoa da Trindade ainda é pouco estudada em nosso meio, por isso tantos desvios doutrinários envolvendo-a. Creio que precisamos estudar também sobre o Diabo. Na realidade, precisamos estudar mais séria e criteriosamente a Bíblia. Fugir das novidades e "grifes" evangélicas que aparecem aqui e acolá, das "descobertas" de cada dia, obra de pessoas que diariamente "redescobrem" o evangelho que jamais alguém viu em dois mil anos de cristianismo, e firmar-nos na doutrina equilibrada da Palavra de Deus. “Amarremos o espírito que só quer novidades”, o espírito ateniense (Atos 17.21) que há em alguns (por favor, "espírito", aqui, é linguagem figurada). Isso será bom.

Haverá um pouco mais de paz doutrinária no meio das igrejas. Em outras palavras: POR FAVOR dá pra parar de inventar?

Os Tambores de Nietzsche

Recentemente, através do Youtube, deparei-me com uma cena, no mínimo, inusitada: uma famosa cantora gospel brasileira, em um show (que insistem em chamar de “ministração”) começou a afirmar que, ao som dos tambores que seriam tocados pelos seus músicos, as potestades do mal seriam destronadas em nosso país, Satanás e seus asseclas seriam eternamente envergonhados, e o nome do Senhor seria exaltado. Infelizmente, não sei se isso ocorreu antes do boletim policial da semana passada que anunciou dezenas de assassinatos no estado do Ceará em apenas uma semana ou antes da avalanche de escândalos morais no Congresso Nacional. Porém, vi que, ao serem tocados os tambores, houve um frenesi, tanto na platéia como no palco: a cantora, sem muita intimidade com instrumentos de percussão, começou a “surrar” um gongo chinês, atravessando todo o ritmo, repetindo a todo tempo os mantras “o Brasil é de Jesus” e “diabo, você está derrotado”.

Sinto-me meio sem rumo. Em minha conversão, nunca esperaria ver um ritual de macumba gospel cantado para a burguesia e ainda divulgado pela internet. Ao formar-me no seminário e assumir uma igreja como pastor, não pensava em concordar tão prontamente com a banda de hip hop gospel “Apocalipse 16”, na música “Meus inimigos estão no poder”, uma citação da composição “Ideologia”, de Cazuza.

É triste pensar no cristianismo evangélico atual no Brasil. Tornamo-nos multiplicadores de uma religiosidade irrelevante — e, o que é pior, tornou-se prato cheio para uma mídia com má vontade e sedenta de escândalos. Afinal, em dois dos mais recentes escândalos no país, evangélicos estão envolvidos de forma negativa: a recente acusação contra um deputado federal, líder de uma denominação, que pagou para um pistoleiro matar outro deputado, também pertencente à sua denominação; e, no caso do senador Renan Calheiros, Mônica Veloso, a repórter que não sabe fazer planejamento familiar e engravidou de um poderoso senador meio sem querer, afirmou ser, de acordo com entrevista à “Folha de S. Paulo”, “evangélica, batista, do Vale do Amanhecer”.

Friedrich Nietzche é um nome que causa arrepios entre nós, nem tanto por sua colaboração filosófica vital ao nazismo, mas, mais por sua virulência contra o cristianismo protestante, atacando sem dó nem piedade a moral e os valores cristãos. Para ele, a figura de Jesus é o retrato mais bem acabado do fracasso e da derrota. Esta moral deveria ser suplantada por uma outra. Para tanto, ele propunha a nova moral, a nova ética, a partir do super-homem. Mas, para que tal intento tivesse sucesso, era necessário ter a consciência de que Deus, a fonte da moralidade cristã, morreu. Ele mesmo escreveu, em um de seus textos: “Deus morreu e nós o matamos! Sinta o cheiro da putrefação divina!”

Será que Nietzche está, afinal, certo? Será que Deus realmente morreu? Afinal, qual a relevância de Deus para o movimento evangélico de hoje? Qual a relevância dos valores do Evangelho do Reino, reduzidos a um mero exorcismo com tambores em um “show gospel” mal tocado? Aquilo que aprendemos nos domingos, em nossas comunidades, é praticado no dia-a-dia? Aquilo que aprendemos é mesmo aquilo que está na sua Palavra? Deus é relevante, ou se torna figura de retórica, pedra de toque, fetiche religioso para manipulação mágica do mundo espiritual, como o temos reduzido ultimamente?

Se não retornarmos (ou melhor, nos convertermos) ao Evangelho do Reino, abandonando o falso evangelho da macumba gospel, infelizmente, seremos obrigados a imaginar Nietzche, com aquele bigodão de vassoura, dando folgadas gargalhadas no inferno e gritando em alemão: “Eu venci!”. Que sejamos sal em um mundo apodrecido e luz no meio das trevas religiosas. Que o Senhor tenha misericórdia de nós.

Tenho medo, muito medo! E fico feliz, pois sei que Jesus está voltando... E eu não vou calar: Dá pra parar de inventar?

O Natal que Liberta

Luzes coloridas, árvores de natal, panetone, papai Noel e presentes, são (para o "mundo"), símbolos do natal. Estas coisas trazem diversão, camaradagem entre as pessoas, um pouco de alegria ao entristecido, mas não representam o verdadeiro espírito natalino. Natal representa uma intervenção de Deus na história da humanidade. Uma intervenção miraculosa quando o seu Filho, Jesus Cristo nasce para nos trazer a paz e a salvação.

Eis o dia de Natal, um dia de grande alegria para todo povo! Um dia em que se deve dar glória à Deus. Diga-se de passagem, que Ele estava numa simples manjedoura, não num palácio real cercado de riquezas materiais.Para os cristãos, além da grande alegria pelo nascimento de Cristo, o Natal traz outras reflexões, baseadas também em João Batista, aquele que preparou o caminho do Senhor. Estaríamos nós preparando o caminho do Senhor em nossos próprios corações? Estaríamos nós preparando o caminho do Senhor na sociedade em que vivemos? “Preparai o caminho do Senhor; endireitai as suas veredas; todo vale será aterrado, toda montanha ou colina será abaixada; as vias sinuosas se transformarão em retas, os caminhos acidentados serão nivelados. E toda a carne verá a salvação de Deus”. (Lc. 3:4-6).Estes versículos traduzem a atitude que um cristão deve ter não apenas perante o Natal, mas durante o ano inteiro. O verdadeiro natal é um grito contra uma humanidade que a cada dia se desumaniza. O verdadeiro natal é um grito contra a falsa religião dos falsos profetas. Um tempo de reflexão. Um tempo de colocar em ordem as coisas que não estão. E com isso eu desejo a todos um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo! Deus abençoe a todos!